sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Biografias de Personalidades - JOÃO RAMALHO



João Ramalho: Filho de João Maldonado e de dona Catarina Afonso de Barbode, nasceu em Vouzela, comarca de Vizeu. Aí casou-se com dona Catarina Fernandes das Vacas.
Conta-se que João Ramalho pelos anos de 1510 a 1512 naufragou nas costas de São Paulo e conseguiu granjear a amizade dos índios juntando-se aqui, com várias mulheres nativas, principalmente com uma filha do cacique Tibiriçá, chamada Bartira, a quem João Ramalho, no seu testamento chama de Isabel.
Quando Martim Afonso de Sousa desembarcou em São Vicente, em 1532, João Ramalho pediu ajuda de seu sogro, o cacique Tibiriçá para proteger os portugueses contra a ferocidade dos índios.
Graças a esse auxílio Martim Afonso de Sousa começou a povoação, fundando primeiramente São Vicente.
João Ramalho e seu sogro levaram Martim Afonso até o alto da Serra, onde eles viviam com a sua imensa prole; ai o povoador percebeu que poderia dar-se início a uma grande povoação.
Assinou a sesmaria de Pedro de góis lavrada por Pedro Capico e voltando no ano seguinte para Portugal, nomeou João Ramalho capitão-mor daqueles campos onde ele já vivia com imensa prole.
Em 1549, é nomeado o 1º governador geral do Brasil, Tomé de Sousa. Visita ele em fins de 1552 as capitanias do sul, juntamente com Manoel da Nóbrega. Tomé de Sousa ficou satisfeito com o trabalho de João Ramalho e por isso mandou criar uma vila, recomendando que a fortificasse, a fim de impedir os ataques dos índios e dos exploradores.
João ramalho fês às suas custas, trincheiras, baluartes, igreja, cadeia e mais obras públicas necessárias.
Depois de tudo pronto veio a São Vicente, Antonio de Oliveira, lugar-tenente do donatário Martim Afonso de Sousa, acompanhado do provedor da Fazenda real que era Brás Cubas, o qual mandou levantar o pelourinho na povoação de Ramalho e lavrou a ata de fundação aos 08/04/1553, dando à vila o nome de Santo André da Borda do Campo e deixando o referido João Ramalho como capitão-mor da povoação.
No ano seguinte, em 1554, Manoel da Nóbrega fundava o Colégio de São Paulo e João Ramalho via com tristeza que muitos dos moradores de sua vila se transferiram para junto dos jesuítas e até seu sogro Tibiriçá e Cajubí mudaram suas tendas para a nova povoação. Foi assim se despovoando Santo André até que em 1560, por ordem de Mem de Sá, todos se transferiram para Piratininga.
João Ramalho, que vivia em rixa com os jesuítas se conformou e juntamente com seu sogro e todos os seus, passou a defender os padres dos ataques selvagens dos tamoios e de outras tribos.
João Ramalho prestou relevantes serviços aos jesuítas durante a povoação do Brasil, pois se não fosse ele e Tibiriçá, seria impossível a fundação de São Vicente, Santo André, Itanhaém, Santos, etc.
Da Índia Isabel, que Ramalho chama de criada, houve os seguintes filhos: André, Joana, Margarida, Vitória, Antonio, Marcos, Jordão e Antonia. Com ela viveu Ramalho quarenta e tantos anos tendo ele morrido com mais de 80 anos*.

* Carta de Manoel da Nóbrega em 31-8-1553 descoberta nos arquivos jesuíticos, esclarece o seguinte:
     - "Na Capitania foi encontrado um homem de nome João Ramalho, o mais antigo da terra. Tem muitos filhos, todos de uma índia, a quem chamam Bartira, filha dos maiores e principais da tribo e todos esperam deles grande ajuda na conversão dos gentios.
Ele é parente do padre Manoel de Paiva e deram-se a conhecer aqui.
quando veio de Portugal há 40 anos, deixou lá mulher e nunca mais soube dela e julga-a morta. João Ramalho deseja casar com a índia que lhe deu os filhos e peço ao Núcleo que dê dispensa particular para este homem, de quem muito espera os povoadores".
Apesar de todas estas notícias continua ignorada a causa da vinda de João ramalho ao brasil. Degredado, náufrago, desertor ou aventureiro, supôe-se que dever ter sido trágico o começo da vida deste branco numa terra de selvagens como era o brasil.
                                                       (Fonte: Frei Gaspar da Madre de Deus)

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