sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Biografias de Personalidades - MARTIM AFONSO DE SOUZA

Nasceu em 1500. Seu pai foi vassalo do duque IV de Bragança e alcaide-mor do Conselho de El-Rei.
Martim Afonso de Sousa era primo de António de Ataíde, conde de Castanheira. Começou sua vida como criado de D. João III, desobedecendo as ordens de D. Manoel que insistia no seu regresso à casa do pai. Contava ele 18 anos e a sua insubordinação trouxe-lhe muitos desgostos.
Em 1530, por infuência do conde de Castanheira, futuro ministro de D. João III, foi escolhido para comandar a expedição exploradora ao Brasil.
Martim Afonso, que antes acompanhava a Castela a rainha viúva dona Leonor, ali casara com dona Ana Pimentel e ali permaneceu a serviço de Carlos V, tendo demonstrado grande capacidade militar durante a guerra do Imperador com a França. Recusou-se a continuar servindo Carlos V, apesar de seus insistentes pedidos, dizendo que se criara com D. João III a quem desejava servir.
Não tardou foi chamado pelo rei para dirigir a expedição ao Brasil e foi com orgulho que recebeu essa missão.
Martim Afonso de Sousa levou plenos poderes de D. João III e nos seus três diplomas rezava: doar terras, fundar povoações, administrar a justiça nas terras que descobrisse, dentro da demarcação do meridiano de Tordesilhas, tomar posse delas e constituir capitão-mor e governador, em seu nome ou de quem entendesse.
Na segunda carta régia conferia-lhe o poder de criar e nomear tabeliães e seus oficiais necessários, quer para as coisas da Justiça ou governança da terra do Brasil.
Na terceira carta, enfim, atribuía-lhe o poder de dar terras de sesmaria às pessoas que o acompanhavam e que quisessem povoá-las e constituir família, defendendo-a de ataques dos índios e cuidando da exploração de metais preciosos.
Compunha-se a expedição de Martim Afonso de auxiliares muito eficientes e dentre eles seu irmão Pero Lopes de Sousa a quem devemos o "Diário de Navegação", que apesar de truncado, ainda é a fonte principal para a história da Capitania de São Vicente. A expedição contava com cinco navios, duas naus, sendo a capitânea  a de São Miguel, sob o comando de Heitor de Sousa, o galeão "S. Vicente", capitaneado por Pedro Lobo, e duas caravelas, a "Princesa" e a "Rosa" sob o respectivo comando de Baltasar Gonçalves e Diogo Leite. Juntando as naus tomadas aos franceses e uma caravana incorporada em caminho, a expedição de princípio aumentou.
No dia 3 de dezembro de 1530 a frota saiu de Lisboa; a 30 de janeiro alcançava as costas de Sto. Agostinho e mais adiante aprisionou três naus francesas carregadas de pau-brasil. Daí Martim Afonso despachou João de Sousa com cartas para D. João III, numa das naus tomadas aos franceses e mandou as duas caravelas "Princesa" e "Rosa", sob o comando de Diogo Leite a percorrer as costas, com o fim de reconhecimento das terras, relacionadas com o Tratado de Tordesilhas.
Deposi de se abastecer Martim Afonso, já em março de 1531, segue até a baia de Todos os Santos, onde se demorou vários dias, encontrando-se ai com Diogo Alvares Correia a quem forneceu sementes deixando ainda dois homens que deveriam cultivar a terra para atestarem a sua eficácia.
Seguindo para o sul alcançou Cananéia onde se demorou 40 dias, enviando Pero Anes a explorar a terra; logo depois voltou a expedição trazendo a bordo Francisco Chaves, cinco ou seis castelhanos e o célebre bacharel de Cananéia que informou a Martim Afonso sobre as riquezas da região, o que obrigou o capitão a enviar Pero Lobo ao interior com uma expedição da qual não se teve notícias.
Perto do Rio da Prata Martim Afonso naufragou, tendo desaparecido sua nau e tendo ele se salvado numa tábua. Seu irmão Pero Lopes, prosseguiu no roteiro pelo sul, subiu o rio Paraná e colocou dois padrões por onde passou.
No seu regresso Martim Afonso entrou no porto de São Vicente e dali Pero Lopes voltou a Portugal. Martim Afonso ao chegar a São Vicente desembarcou a sua gente sob os olhares vigilantes de João ramalho e de seu sogro Tibiriçá que recomendou aos índios, liberdade para a gente da expedição.
Martim Afonso, talvez a conselho de João ramaçho iniciou a fundação de São Vicente e guiado por ele subiu a serra de Paranapiacaba e lançou os fundamentos da vila de Piratininga, ao lado da povoação, onde vivia João Ramalho, seu sogro Tibiriçá e a numerosa prole indígena. Martim Afonso, deixou tomando conta da povoação do planalto, João Ramalho que era o único homem branco ali existente.
O capitão construiu um fortim provisório junto à Bertioga, que não foi destruído graças à ajuda de João Ramalho.
Começou-se a construção da vila deSão Vicente; ao redor foram plantadas cana-de-açúcar, como outras culturas, além do gado que veio de Cabo Verde.
Ainda em São Vicente, Martim Afonso recebeu uma carta de D. João III avisando-o que resolvera dividir o Brasil em Capitanias Hereditárias e autorizava-o a escolher os melhores lotes para si e para o irmão.
Em 1533 Martim Afonso regressa a Portugal e no ano seguinte é enviado por D. João III à ìndia como capitão-mor do mar, onde se demorou cinco anos.
Percorreu toda a costa da África e foi até Ceilão; era temido pelos mouros e indianos, pois era rápido no golpe de vista e nas decisões.
Em 1539 regressa novamente a Portugal e a Índia voltou em 1541, onde permaneceu mais três anos, desta vez como governador.
Martim Afonso, deu provas de excelente organizador e administrador, pelo zêlo com que defendia os interesses portuguêses.

Cumpre assinalar aqui os trinta e dois companheiros de Martim Afonso, para que se possa constatar a quantos deles se deve a povoação do Brasil.
Pero Góis                                        Francisco Pinto                Jorge Ferreira
Luis de Góis                                    Jerônimo Leitão               Gabriel de Góis
Antonio Pinto                                  Domingos Leitão              Scipiano de Góis
João Pires Cubas                             Diogo Rodrigues              José Adorno
Brás Cubas                                     Baltazar Borges               Francisco Adorno
Francisco Nunes Cubas                    Antão Leme                    Paulo Dias Adorno
Antonio Cubas                                Pedro Leme                     Antonio Adorno
Gonçalo Nunes Cubas                      Brás Esteves                   Antonio Rodrigues Almeida
Antonio de Proença                         Antonio de Oliveira          Pero de Figueiredo
Jorge Pires                                     Cristóvão de Aguiar         Rui Pinto
Cristóvão Monteiro                          Pedro Colaça

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