sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Biografias de Personalidades - TOMÉ DE SOUSA



Era um militar português, primo de Martim Afonso de Sousa.
Serviu na África onde realizou notável atividade militar, e mais tarde foi para a Índia como comandante da nau Conceição, cujo capitão era Fernão de Andrade.
Depois de notável atuação na Índia, voltou para Lisboa. No brasil, como o sistema de Capitanias não dera resultado, D. João III resolveu criar os governos gerais com sede na Bahia.
O rei de Portugal nomeou para primeiro governador-geral a Tomé de Sousa, homem prudente e enérgico que chegou ao brasil em 1549.
Trouxe consigo 600 homens de armas, 400 degredados e seis jesuítas, entre eles Aspilcueta Navarro, Antonio Pires, os irmãos Leonardo Nunes e o superior da missão, padre Manoel da Nóbrega.
Vieram também com ele um Ouvidor-mor, Pero Borges, encarregado da justiça; um Procurador, Antonio Cardoso de Barros que fora o donatário da capitania do Ceará, o qual devia proceder a arrecadação dos impostos e mais dinheiro da coroa e um capitão-mor da costa, Pero Góes da Silveira, que fora donatário da Paraíba do Sul, tendo por missão viajar e guardar o litoral.
Tomé de Sousa fez uma ótima administração. Organizou a defesa das colônias, tornou obrigatório o serviço militar, deu toda proteção aos índios, castigando-os porém quando necessário.
Com o auxílio de Caramuru e dos índios lançou os fundamentos da cidade de Salvador, na chapada da montanha, lugar que hoje se chama Cidade Alta (23/03/1549).
Em companhia de Nóbrega, o governador geral visitou as Capitanias do sul e ai tomou várias providências: aprovou em São Vicente a fundação da vila de Santos, instalou as Câmaras Municipais de Conceição de Itanhaém, de Santo André da Borda do Campo, entregando a administração desta a João Ramalho.
Reforçou a Fortaleza de Bertioga, em São Vicente, construída por Martim Afonso de Sousa e criou o primeiro bispado, com sede na Bahia, sendo bispo D. Pero Fernandes Sardinha que aqui chegou em 1552.
O governo do Império estava, portanto, completo em seus órgãos essenciais.
Em 1553,  após quatro anos de excelente governo em que organizou a justiça, desenvolveu a agricultura, a pecuária, etc., pediu para regressar a Portugal onde deixara sua família.de volta a Pátria, foi nomeado intendente da casa real e foi sempre conselheiro do governo nas causas do brasil, que sempre amou com ternura.
Tomé de Sousa morreu em 1583.

Biografias de Personalidades - IGNÁCIO DE LOIÓLA



Nasceu em Guipuzcoa, na Espanha, em 1491 e morreu em 1556.
Loiola foi pajem de Fernando V e depois oficial dos exércitos espanhóis. Foi ferido numa perna em combate contra os franceses e daí transportado para o castelo de seu pai, onde sofreu cruéis operações. obrigado a permanecer em repouso durante longo tempo, procurou lenitivo na leitura e esta o fêz abandonar tudo e consagrar-se à Virgem Maria, no Santuário de Nossa Senhora de Monserrate, indo depois para o hospital de Maureza.
Em 1524 viajou em peregrinação pela Terra Santa e com 33 anos começou a dedicar-se aos estudos de Gramática, Filosofia e Teologia, na cidade de Salamanca.
Foi perseguido pela Inquisição e preso duas vezes. Suas prédicas e sermões dirigidos aos pobres chamaram a atenção dos inimigos da cristandade. Em 1528 foi para Paris, onde completou os seus estudos; juntamente com seis discípulos fizera voto de se dedicar à conversão dos infiéis, arriscando a vida se fosse preciso.
Estava fundada a Companhia de Jesus em 1540. recebeu as ordens, em Veneza, tendo os estatutos da nova sociedade sido aprovados e seu principal objetivo seria obediência absoluta ao Papa.
Foram denominados Jesuítas, os membros da Companhia de Jesus, que prestaram relevantes serviços à causa da catequese, principalmente em terras do Brasil e da Índia.
Foi com júbilo que Loiola viu os resultados surpreendentes da Companhia de Jesus. Gregório XV canonizou-o em 1622. Deixou ele muitas obras e dentre elas destacamos:
em latim, a Fórmula do Instituto;
em espanhol, o livro das constituições da Companhia de Jesus;
a Carta da Observância Religiosa;
a Carta da Perfeição;
os Exercícios Espirituais, etc

Biografias de Personalidades - JOÃO RAMALHO



João Ramalho: Filho de João Maldonado e de dona Catarina Afonso de Barbode, nasceu em Vouzela, comarca de Vizeu. Aí casou-se com dona Catarina Fernandes das Vacas.
Conta-se que João Ramalho pelos anos de 1510 a 1512 naufragou nas costas de São Paulo e conseguiu granjear a amizade dos índios juntando-se aqui, com várias mulheres nativas, principalmente com uma filha do cacique Tibiriçá, chamada Bartira, a quem João Ramalho, no seu testamento chama de Isabel.
Quando Martim Afonso de Sousa desembarcou em São Vicente, em 1532, João Ramalho pediu ajuda de seu sogro, o cacique Tibiriçá para proteger os portugueses contra a ferocidade dos índios.
Graças a esse auxílio Martim Afonso de Sousa começou a povoação, fundando primeiramente São Vicente.
João Ramalho e seu sogro levaram Martim Afonso até o alto da Serra, onde eles viviam com a sua imensa prole; ai o povoador percebeu que poderia dar-se início a uma grande povoação.
Assinou a sesmaria de Pedro de góis lavrada por Pedro Capico e voltando no ano seguinte para Portugal, nomeou João Ramalho capitão-mor daqueles campos onde ele já vivia com imensa prole.
Em 1549, é nomeado o 1º governador geral do Brasil, Tomé de Sousa. Visita ele em fins de 1552 as capitanias do sul, juntamente com Manoel da Nóbrega. Tomé de Sousa ficou satisfeito com o trabalho de João Ramalho e por isso mandou criar uma vila, recomendando que a fortificasse, a fim de impedir os ataques dos índios e dos exploradores.
João ramalho fês às suas custas, trincheiras, baluartes, igreja, cadeia e mais obras públicas necessárias.
Depois de tudo pronto veio a São Vicente, Antonio de Oliveira, lugar-tenente do donatário Martim Afonso de Sousa, acompanhado do provedor da Fazenda real que era Brás Cubas, o qual mandou levantar o pelourinho na povoação de Ramalho e lavrou a ata de fundação aos 08/04/1553, dando à vila o nome de Santo André da Borda do Campo e deixando o referido João Ramalho como capitão-mor da povoação.
No ano seguinte, em 1554, Manoel da Nóbrega fundava o Colégio de São Paulo e João Ramalho via com tristeza que muitos dos moradores de sua vila se transferiram para junto dos jesuítas e até seu sogro Tibiriçá e Cajubí mudaram suas tendas para a nova povoação. Foi assim se despovoando Santo André até que em 1560, por ordem de Mem de Sá, todos se transferiram para Piratininga.
João Ramalho, que vivia em rixa com os jesuítas se conformou e juntamente com seu sogro e todos os seus, passou a defender os padres dos ataques selvagens dos tamoios e de outras tribos.
João Ramalho prestou relevantes serviços aos jesuítas durante a povoação do Brasil, pois se não fosse ele e Tibiriçá, seria impossível a fundação de São Vicente, Santo André, Itanhaém, Santos, etc.
Da Índia Isabel, que Ramalho chama de criada, houve os seguintes filhos: André, Joana, Margarida, Vitória, Antonio, Marcos, Jordão e Antonia. Com ela viveu Ramalho quarenta e tantos anos tendo ele morrido com mais de 80 anos*.

* Carta de Manoel da Nóbrega em 31-8-1553 descoberta nos arquivos jesuíticos, esclarece o seguinte:
     - "Na Capitania foi encontrado um homem de nome João Ramalho, o mais antigo da terra. Tem muitos filhos, todos de uma índia, a quem chamam Bartira, filha dos maiores e principais da tribo e todos esperam deles grande ajuda na conversão dos gentios.
Ele é parente do padre Manoel de Paiva e deram-se a conhecer aqui.
quando veio de Portugal há 40 anos, deixou lá mulher e nunca mais soube dela e julga-a morta. João Ramalho deseja casar com a índia que lhe deu os filhos e peço ao Núcleo que dê dispensa particular para este homem, de quem muito espera os povoadores".
Apesar de todas estas notícias continua ignorada a causa da vinda de João ramalho ao brasil. Degredado, náufrago, desertor ou aventureiro, supôe-se que dever ter sido trágico o começo da vida deste branco numa terra de selvagens como era o brasil.
                                                       (Fonte: Frei Gaspar da Madre de Deus)

Biografias de Personalidades - MARTIM AFONSO TIBIRIÇÁ



Cacique "guaianá", ou "tupi" segundo divergem historiadores, foi convertido e batizado pelos jesuítas José de Anchieta e Leonardo Nunes com o nome de Martim Afonso, em homenagem ao fundador de São Vicente.
Era chefe de uma parte da nação indígena estabelecida nos campos de Piratininga com sede na aldeia de Inhapuambuçu.
Eram seus irmãos, Piquerobi e Caiubi, índios que se salientaram durante o povoamento do Brasil. PIQUEROBI pertencia à aldeia inimiga do cacique Tibiriçá e CAIUBI fazia parte daqueles que se uniram a favor dos portugueses.
Era sogro de João Ramalho que se casou com Bartira e a pedido do genro, protegeu os lusos quando Martim Afonso de Sousa desembarcou em São Vicente. Todos os tripulantes da expedição povoadora receberam o cacique como um benfeitor.
Se não fosse Tibiriçá e a sua grande prole, os jesuítas não teriam fundado São Paulo, pois a aldeia era constantemente atacada por tribos inimigas.
No dia 9 de julho de 1562 quando os tamoios atacam São Paulo, Tibiriçá luta bravamente para expulsar os invasores, cujo chefe era seu sobrinho Jaguanhara, a quem denominaram "cão bravo".
Tibiriçá tornou-se tão amigo dos jesuítas que chegou até a brigar com João Ramalho e tornar-se inimigo de muitos de seus parentes; mudou-se para a aldeia de Piratininga e instalou sua cabana onde é hoje o largo São Bento, ordenando a Caiubi que se instalasse com sua gente na esplanada do Carmo.
Conta-se que certa vez, os índios guaianás aprisionaram um inimigo e entregaram-no ao chefe. Na taba indígena preparou-se um grande festim e quando Tibiriçá todo empenachado se preparava para devorar o inimigo, depois de assado, apareceram os missionários e o desarmaram. Tibiriçá assobiou, bateu o pé e o arco e acabou deixando soltar o prisioneiro.
Logo depois os selvagens arrependidos pediam perdão aos jesuítas.
Cena igual nunca mais se repetiu em São Paulo.
Pelo natal de 1562, o grande chefe guaianá, falece em consequência de ferimentos recebidos combatendo ao lado dos heroicos jesuítas.
Morre na sua choupana do largo de São Bento e é sepultado na igreja dos jesuítas e quando se demoliu esse templo, foi removido para a igreja do Coração de Maria.
Em 1933, finalmente seus restos mortais foram depositados na cripta da Catedral de São Paulo.
Tibiriçá pertencia ao quadro dos cavaleiros da Ordem de Cristo com tença anual concedida pelo governo português.
José de Anchieta, referindo-se a Tibiriçá, escreveu: "Foi ele o nosso principal grande amigo e protetor, não só benfeitor, mas ainda fundador e conservador da casa de Piratininga e das nossas vidas. Inimigo dos seus próprios irmãos e parentes por amor de Deus e de sua igreja".

(Biografia extraída dos arquivos do Instituto Histórico e Geográfico de Santos)

Biografias de Personalidades - BRÁS CUBAS



Nasceu na cidade do Porto, veio na armada de Martim Afonso de Sousa e era cavaleiro fidalgo da Casa Real.
Martim Afonso doou-lhe logo uma sesmaria nos campos de Piratininga em 10-10-1532. No ano seguinte ou pouco depois, Brás Cubas regressou com seu pai a Portugal, a fim de regularizar seus negócios.
Quando Martim Afonso de Sousa se ausentou de Portugal em viagens às Índias, sua esposa, dona Antônia Pimentel, ficou como sua procuradora. Foi ela que cedeu Brás Cubas as terras de Jeritiba, da capitania de São Vicente, de quem Martim Afonso de Sousa era donatário; não foi feliz, apesar de várias tentativas para povoar as terras, pois os índios ferozes não consentiram. Comprou então as terras pertencentes ao governo genovês Pascoal Fernandes e as de Domingos Pires, e ai fundou, em 1540, uma casa de Misericórdia, considerada a primeira do Brasil e junto a ela um hospital para marítimos, com o nome de Santos. Daí originou-se o povoado do Pôrto de Santos que Brás Cubas elevou à categoria de vila em 19 de janeiro de 1545, logo depois de assumir o cargo de capitão-mor, governador da capitania de São Vicente. Foi nomeado para tal cargo por dona Ana Pimentel em provisão datada de Lisboa a 26 de novembro de 1544.
O governo de Brás Cubas se distinguiu principalmente pela luta com os tamoios, que atacavam Santos e São Vicente pela entrada de Bertioga.
Dessa luta resultou a criação na Bertioga de dois fortes, os de S. Felipe e Santiago.
Voltando a Portugal pouco demorou-se aí, regressando novamente a São Vicente, onde continuou como governador da capitania. Foi então que começou a edificação da Vila de Santos, exercendo outros importantes cargos: provedor e contador das renas e direitos da Capitania, provedor e contador das rendas da capelas, confrarias e albergarias de São Vicente e provedor da capitania de Santo Amaro.
Em 1561, Brás Cubas estabeleceu uma fazenda de criar e de plantio em suas terras em Jeritiba, nas terras a que pertencem hoje a Mogi das Cruzes.
Brás Cubas por essa época chefia uma bandeira no sertão, descendo pelo rio Paraíba e atravessando a Mantiqueira chega ao rio São Francisco. Sabe-se que Brás Cubas chegou a descobrir ouro e assegurava ao rei de Portugal, em 1562, que havia descoberto metais preciosos no morro Jaraguá e em outras regiões. Foi, portanto, ele o primeiro minerador oficial de ouro em São Paulo.
Brás Cubas, além de ativo agricultor e notável administrador, teve excelentes qualidades de guerreiro, tendo figurado na defesa de São Paulo, de Pernambuco, no assalto dos selvícolas de 1562, fornecendo também os gêneros necessários à população assediada. Combateu para a fundação do Rio de janeiro, em 1567 e os seus feitos foram recompensados, pois recebeu como prêmio três sesmarias, duas no Rio de Janeiro e a terceira perto da ilha de São Sebastião.
Profundamente crente, além de outras obras de piedade, doou em Santos o terreno para uma casa de jesuítas, em 1569, e em São Paulo doou as terras onde, em 1594, se ergueu o convento do Carmo.
Nos últimos anos de sua vida acumulou ainda, o cargo de alcaide-mor da capitania e veio a falecer em Santos, sendo sepultado na capela-mor da primitiva igreja paroquial onde a lápide que cobria seu jazigo fixava o ano de 1592 para o seu passamento.
Brás Cubas deixou três filhos: Isabel Cubas, Antonio Cubas e Gonçalo Nunes Cubas.

Biografias de Personalidades - MARTIM AFONSO DE SOUZA

Nasceu em 1500. Seu pai foi vassalo do duque IV de Bragança e alcaide-mor do Conselho de El-Rei.
Martim Afonso de Sousa era primo de António de Ataíde, conde de Castanheira. Começou sua vida como criado de D. João III, desobedecendo as ordens de D. Manoel que insistia no seu regresso à casa do pai. Contava ele 18 anos e a sua insubordinação trouxe-lhe muitos desgostos.
Em 1530, por infuência do conde de Castanheira, futuro ministro de D. João III, foi escolhido para comandar a expedição exploradora ao Brasil.
Martim Afonso, que antes acompanhava a Castela a rainha viúva dona Leonor, ali casara com dona Ana Pimentel e ali permaneceu a serviço de Carlos V, tendo demonstrado grande capacidade militar durante a guerra do Imperador com a França. Recusou-se a continuar servindo Carlos V, apesar de seus insistentes pedidos, dizendo que se criara com D. João III a quem desejava servir.
Não tardou foi chamado pelo rei para dirigir a expedição ao Brasil e foi com orgulho que recebeu essa missão.
Martim Afonso de Sousa levou plenos poderes de D. João III e nos seus três diplomas rezava: doar terras, fundar povoações, administrar a justiça nas terras que descobrisse, dentro da demarcação do meridiano de Tordesilhas, tomar posse delas e constituir capitão-mor e governador, em seu nome ou de quem entendesse.
Na segunda carta régia conferia-lhe o poder de criar e nomear tabeliães e seus oficiais necessários, quer para as coisas da Justiça ou governança da terra do Brasil.
Na terceira carta, enfim, atribuía-lhe o poder de dar terras de sesmaria às pessoas que o acompanhavam e que quisessem povoá-las e constituir família, defendendo-a de ataques dos índios e cuidando da exploração de metais preciosos.
Compunha-se a expedição de Martim Afonso de auxiliares muito eficientes e dentre eles seu irmão Pero Lopes de Sousa a quem devemos o "Diário de Navegação", que apesar de truncado, ainda é a fonte principal para a história da Capitania de São Vicente. A expedição contava com cinco navios, duas naus, sendo a capitânea  a de São Miguel, sob o comando de Heitor de Sousa, o galeão "S. Vicente", capitaneado por Pedro Lobo, e duas caravelas, a "Princesa" e a "Rosa" sob o respectivo comando de Baltasar Gonçalves e Diogo Leite. Juntando as naus tomadas aos franceses e uma caravana incorporada em caminho, a expedição de princípio aumentou.
No dia 3 de dezembro de 1530 a frota saiu de Lisboa; a 30 de janeiro alcançava as costas de Sto. Agostinho e mais adiante aprisionou três naus francesas carregadas de pau-brasil. Daí Martim Afonso despachou João de Sousa com cartas para D. João III, numa das naus tomadas aos franceses e mandou as duas caravelas "Princesa" e "Rosa", sob o comando de Diogo Leite a percorrer as costas, com o fim de reconhecimento das terras, relacionadas com o Tratado de Tordesilhas.
Deposi de se abastecer Martim Afonso, já em março de 1531, segue até a baia de Todos os Santos, onde se demorou vários dias, encontrando-se ai com Diogo Alvares Correia a quem forneceu sementes deixando ainda dois homens que deveriam cultivar a terra para atestarem a sua eficácia.
Seguindo para o sul alcançou Cananéia onde se demorou 40 dias, enviando Pero Anes a explorar a terra; logo depois voltou a expedição trazendo a bordo Francisco Chaves, cinco ou seis castelhanos e o célebre bacharel de Cananéia que informou a Martim Afonso sobre as riquezas da região, o que obrigou o capitão a enviar Pero Lobo ao interior com uma expedição da qual não se teve notícias.
Perto do Rio da Prata Martim Afonso naufragou, tendo desaparecido sua nau e tendo ele se salvado numa tábua. Seu irmão Pero Lopes, prosseguiu no roteiro pelo sul, subiu o rio Paraná e colocou dois padrões por onde passou.
No seu regresso Martim Afonso entrou no porto de São Vicente e dali Pero Lopes voltou a Portugal. Martim Afonso ao chegar a São Vicente desembarcou a sua gente sob os olhares vigilantes de João ramalho e de seu sogro Tibiriçá que recomendou aos índios, liberdade para a gente da expedição.
Martim Afonso, talvez a conselho de João ramaçho iniciou a fundação de São Vicente e guiado por ele subiu a serra de Paranapiacaba e lançou os fundamentos da vila de Piratininga, ao lado da povoação, onde vivia João Ramalho, seu sogro Tibiriçá e a numerosa prole indígena. Martim Afonso, deixou tomando conta da povoação do planalto, João Ramalho que era o único homem branco ali existente.
O capitão construiu um fortim provisório junto à Bertioga, que não foi destruído graças à ajuda de João Ramalho.
Começou-se a construção da vila deSão Vicente; ao redor foram plantadas cana-de-açúcar, como outras culturas, além do gado que veio de Cabo Verde.
Ainda em São Vicente, Martim Afonso recebeu uma carta de D. João III avisando-o que resolvera dividir o Brasil em Capitanias Hereditárias e autorizava-o a escolher os melhores lotes para si e para o irmão.
Em 1533 Martim Afonso regressa a Portugal e no ano seguinte é enviado por D. João III à ìndia como capitão-mor do mar, onde se demorou cinco anos.
Percorreu toda a costa da África e foi até Ceilão; era temido pelos mouros e indianos, pois era rápido no golpe de vista e nas decisões.
Em 1539 regressa novamente a Portugal e a Índia voltou em 1541, onde permaneceu mais três anos, desta vez como governador.
Martim Afonso, deu provas de excelente organizador e administrador, pelo zêlo com que defendia os interesses portuguêses.

Cumpre assinalar aqui os trinta e dois companheiros de Martim Afonso, para que se possa constatar a quantos deles se deve a povoação do Brasil.
Pero Góis                                        Francisco Pinto                Jorge Ferreira
Luis de Góis                                    Jerônimo Leitão               Gabriel de Góis
Antonio Pinto                                  Domingos Leitão              Scipiano de Góis
João Pires Cubas                             Diogo Rodrigues              José Adorno
Brás Cubas                                     Baltazar Borges               Francisco Adorno
Francisco Nunes Cubas                    Antão Leme                    Paulo Dias Adorno
Antonio Cubas                                Pedro Leme                     Antonio Adorno
Gonçalo Nunes Cubas                      Brás Esteves                   Antonio Rodrigues Almeida
Antonio de Proença                         Antonio de Oliveira          Pero de Figueiredo
Jorge Pires                                     Cristóvão de Aguiar         Rui Pinto
Cristóvão Monteiro                          Pedro Colaça

Biografias de Personalidades - PERO VAZ DE CAMINHA

Navegador português, filho de Vasco Fernandes de Caminha, era natural do Porto. Foi mestre de balança da Casa da Moeda dessa cidade, entrando depois como escrivão na frota de Pedro Álvares Cabral e com ele assistiu ao descobrimento do Brasil. Da nova terra dirigiu a D. Manoel, no dia 1º de maio de 1500, uma carta em que lhe relata despretensiosamente, mas com uma admirável ingenuidade, os pormenores do notável sucesso, descrevendo a vigorosa natureza americana e os costumes primitivos dos indígenas.
Esta carta que não foi aproveitada pelos cronistas da época e hoje se encontra no arquivo da Tôrre do Tombo, em Lisboa (gaveta 8ª, maço 2º, nº 8), permaneceu inédita durante três séculos, tendo sido publicada pela primeira vez em 1817 na Corografia Brasileira, do padre Aires do Casal. O escritor português Sousa Viterbo escreveu um opúsculo intitulado: "Pero Vaz de Caminha e a primeira narrativa do descobrimento do Brasil", em que se apura o pouco que se sabe sobre a biografia do escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral. Segundo este trabalho, Vaz de Caminha veio a morrer na Índia, talvez no desastre da feitoria de Calicut.
Esta carta esteve exposta em São Paulo, durante as comemorações do 4º Centenário, no Pavilhão de História do Parque Ibirapuera.
Pero Vaz de Caminha morreu a 16 de dezembro em Calicut, na Índia.

Biografia de Personalidades - PEDRO ÁLVARES CABRAL


Chamado por D. Manoel para Capitão-mor da armada de 1500, pertencia à melhor gente da Beira.

Nasceu em 1467 (ou 68) e era filho de D. Fernão Cabral e de dona Isabel Gouveia.
Seu avô, Fernão Álvares Cabral, foi guarda-mor do Infante D. Henrique, tendo morrido na Batalha de Tânger.
Ignoram-se os pormenores da biografia do fidalgo beirão que herdou de seu pai o senhor de Belmonte.
Pedro Álvares, como era o 2º filho, assinava Pedro Álvares Gouveia, pois naquele tempo só o primogênito podia usar o nome do pai.
Morrendo seu irmão, João Fernandes Cabral, ele pôde usar o cognome paterno, passando a assinar Pedro Álvares Cabral, tanto que, no dia 1º de março de 1500, referindo-se o monarca lusitano a Cabral, em carta enviada ao rei de Calicut, escreveu: "Pedro Álvares Cabral".
A conselho de Vasco da Gama, D. Manoel nomeou Cabral para comandar a 1ª expedição à Índia e dela faziam parte: Sancho de Tóvar, Nicolau Coelho, Bartolomeu Dias, Simão de Pina, frei Henrique Soares, Gaspar de Lemos, Pero Vaz de Caminha, o físico mestre João e Duarte Pacheco Pereira.
Dois anos, em 1498, Duarte Pacheco Pereira, cosmógrafo português, é enviado por D. Manoel I a localizar as terras portuguesas situadas dentro do Tratado de Tordesilhas, que ele havia assinado, como testemunha.
No dia 9 de março de 1500 Pedro Álvares Cabral comanda a grande expedição que devia seguir para a Ásia. Recebe orientação de Gama e Bartolomeu Dias que já conheciam a travessia. Serve-lhe de piloto, de Lisboa à Província de Santa Cruz, Duarte Pacheco Pereira.
Compunha-se a esquadra de Cabral de 10 naus de guerra, um navio de transporte e três embarcações, sendo todos construídos nos estaleiros do reino.
Cabral ao partir de Lisboa recebeu recomendações reservadas de D. Manoel. No trajeto passaram pelas Canárias, tendo nessa ocasião desaparecido a nau de Vasco de Ataíde.
Sempre rumando para o Oeste, os marinheiros de Cabral avistaram sinais de terra a 21 de abril e a 22 pisaram em terra firme.
Ao primeiro monte avistado deram o nome de Monte Pascoal e à terra descoberta de Ilha de Vera Cruz, por julgarem-na uma ilha.
Procuraram um lugar seguro para ancorar os navios, entre a Ponta da Corôa Vermelha e a Baia de santa Cruz que recebeu o nome de Porto Seguro, hoje Cabrália.
duas missas foram rezadas por frei Henrique Soares, da cidade de Coimbra, a 26 de abril e a 1º de maio, no Ilhéu da Corôa Vermelha.
Gaspar de Lemos voltou a Portugal, levando a D. Manoel a boa nova do descobrimento.
Cabral a 2 de maio rumou para as Índias, deixando em vera Cruz, dois degredados e dois marinheiros.
Na penosa travessia do Sul da África, quatro naus se perderam numa violenta tempestade, inclusive a de Bartolomeu Dias que, conhecedor da rota guiava a nau capitânea. Nesse naufrágio pereceu o descobridor do Cabo das Tormentas.
Depois desses reveses, Cabral chega a Quiloa, Melinde, Calicut e Cochim, de onde regressa a Portugal somente com 4 das treze naus que saíram de Lisboa.
Cabral era casado com dona Isabel de Castro e dela teve 2 filhos.
No convento da Graça, em Santarém, lê-se na pedra tumular: "Aqui jazem Pedro Álvares Cabral e dona Isabel de Castro, sua mulher".