sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Biografias de Personalidades - MARTIM AFONSO TIBIRIÇÁ



Cacique "guaianá", ou "tupi" segundo divergem historiadores, foi convertido e batizado pelos jesuítas José de Anchieta e Leonardo Nunes com o nome de Martim Afonso, em homenagem ao fundador de São Vicente.
Era chefe de uma parte da nação indígena estabelecida nos campos de Piratininga com sede na aldeia de Inhapuambuçu.
Eram seus irmãos, Piquerobi e Caiubi, índios que se salientaram durante o povoamento do Brasil. PIQUEROBI pertencia à aldeia inimiga do cacique Tibiriçá e CAIUBI fazia parte daqueles que se uniram a favor dos portugueses.
Era sogro de João Ramalho que se casou com Bartira e a pedido do genro, protegeu os lusos quando Martim Afonso de Sousa desembarcou em São Vicente. Todos os tripulantes da expedição povoadora receberam o cacique como um benfeitor.
Se não fosse Tibiriçá e a sua grande prole, os jesuítas não teriam fundado São Paulo, pois a aldeia era constantemente atacada por tribos inimigas.
No dia 9 de julho de 1562 quando os tamoios atacam São Paulo, Tibiriçá luta bravamente para expulsar os invasores, cujo chefe era seu sobrinho Jaguanhara, a quem denominaram "cão bravo".
Tibiriçá tornou-se tão amigo dos jesuítas que chegou até a brigar com João Ramalho e tornar-se inimigo de muitos de seus parentes; mudou-se para a aldeia de Piratininga e instalou sua cabana onde é hoje o largo São Bento, ordenando a Caiubi que se instalasse com sua gente na esplanada do Carmo.
Conta-se que certa vez, os índios guaianás aprisionaram um inimigo e entregaram-no ao chefe. Na taba indígena preparou-se um grande festim e quando Tibiriçá todo empenachado se preparava para devorar o inimigo, depois de assado, apareceram os missionários e o desarmaram. Tibiriçá assobiou, bateu o pé e o arco e acabou deixando soltar o prisioneiro.
Logo depois os selvagens arrependidos pediam perdão aos jesuítas.
Cena igual nunca mais se repetiu em São Paulo.
Pelo natal de 1562, o grande chefe guaianá, falece em consequência de ferimentos recebidos combatendo ao lado dos heroicos jesuítas.
Morre na sua choupana do largo de São Bento e é sepultado na igreja dos jesuítas e quando se demoliu esse templo, foi removido para a igreja do Coração de Maria.
Em 1933, finalmente seus restos mortais foram depositados na cripta da Catedral de São Paulo.
Tibiriçá pertencia ao quadro dos cavaleiros da Ordem de Cristo com tença anual concedida pelo governo português.
José de Anchieta, referindo-se a Tibiriçá, escreveu: "Foi ele o nosso principal grande amigo e protetor, não só benfeitor, mas ainda fundador e conservador da casa de Piratininga e das nossas vidas. Inimigo dos seus próprios irmãos e parentes por amor de Deus e de sua igreja".

(Biografia extraída dos arquivos do Instituto Histórico e Geográfico de Santos)

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